sábado, 27 de agosto de 2011

Fevereiro 2011 - Curitiba-Morretes

olá,

     Desde 2009 baixei um decreto em casa. A Rosane (minha esposa) é somente minha pelo menos 2 finais de semana por ano. Explico. É que ela tem que cuidar dos nossos filhos também (Pedro e Bruno) e nem sempre sobra tempo pro marido, já cantava o Erasmo na musica Mulher e esse foi o modo de termos um tempo só pra gente. A primeira viagem que fizemos assim foi pra Gramado/RS mas essa vou contar em outra oportunidade. Hoje vou falar da nossa última viagem, que foi passar o final de semana em Curitiba com direito ao passeio de trem para Morretes pra comer o barreado.
       No início de 2011 a Webjet começou a voar em Ribeirão Preto e estava oferendo passagens a R$ 9,00 o trecho.  Muitos colegas diziam que era "lenda urbana" e eu estava quase acreditando porque encontrava a ida a R$ 9,00 e a volta por R$ 69,00! Mas, com paciência e dedicação, depois de inúmeras combinações encontrei a ideal. Saímos de Ribeirão Preto no sábado (26/02/2011) às 12h00 e retornamos na segunda (28/02/2011) às 15h00 por apenas R$ 9,00 o trecho, ou seja, comprei 4 passagens por R$ 9,00 cada uma totalizando a "fortuna" de R$ 36,00 mais R$ 70,00 de taxas de embarque. Paguei mais R$ 5,00 em cada passagem para escolher a poltrona, então, gastamos R$ 126,00 de passagens. Então, a dica neste caso é persistência. Insista que você consegue aproveitar as ofertas das Cias Aéreas.
      De posse das passagens e com a data marcada fui procurar hoteis em Curitiba. Não tem segredo pra isso. Coloque no google "Hoteis em Curitiba" e mande email para todos os que te agradarem. Eu tenho uma planilha para comparar hoteis muito boa. Nela coloquei a cidade, o hotel com link para o site do hotel, as datas do checkin e do checkout, o valor das diárias e os detalhes, como, por exemplo, se tem wi-fi, se tem piscina, como são as refeições (Cafe da manhã, meia pensão ou pensão completa) e a localização. Conforme os hoteis respondem eu coloco na planilha e coloco em ordem crescente de preços.
      Uma outra coisa que costumo fazer é utilizar o google maps para calcular as distâncias entre os locais. Por exemplo, o hotel que escolhi em Curitiba foi o hotel Nikko. A diária ficou em R$ 129,00 com café da manhã e o melhor, o Nikko e no centro, a uns 1000 metros da estação Rodo-Ferroviária e a 2 quarteirões do Shopping Estação. Almoçamos e jantamos nele. Outra vantagem é que o Aeroporto Executivo tem um ponto de embarque/desembarque no Shopping Estação! As passagens custam apenas R$ 8,00.
      Quando chagamos no sábado, trocamos de roupa e rumamos para a estação para pegar os tickets da viagem de trem para Morretes no domingo. A Serra Verde Express vende as passagens pela internet mas as tratativas são por email, não há uma loja virtual. O preço da passagem foi de R$ 66,00 para a categoria turística. Hoje, custa R$ 69,00. Há uma categoria mais barata, a econômica por R$ 48,00. O problema é que ela somente vende bilhetes na estação e viajar de 600km e correr o risco de não ter passagem não dá, certo? De posse do voucher fui atá lá, a pé, para medir a distância. Na estação trocamos o voucher pelos tickets e observamos a linda maquete que estava exposta. Aproveitamos que a estação ferroviária é ao lado da rodoviária e compramos as passagens de volta (Morretes-Curitiba) no guichê da Viação Graciosa pela estrada da Graciosa. A mocinha certificou-se de que queríamos mesmo voltar pela Graciosa. Descobri no domingo o porque de tanta insistência. Para retornarmos, a Rosane estava cansada e então voltamos de taxi. Ficou barato, R$ 10,00 apenas. À noite fomos comer no Shopping Estação.
 
      No domingo acordamos bem cedo e fomos caminhando até a estação ferroviária para fazer o famoso passeio até Morretes. O dia estava nublado e não fazia muito calor. Ao chegar na estação, ficamos surpresos com o número de pessoas. Estava muito cheio. A maquete estava funcionando e as crianças ficavam pasmas com os mini trens circulando. Fomos então conduzidos até nosso vagão. Faz parte do passeio um lanchezinho básico (refrigerante ou água ou chá, biscoitos água-e-sal e 1 barrinha de cereais) e um punhado de sementes que vamos jogando pela janela. Em cada vagão há um guia que vai nos contando os detalhes da viagem e as curiosidades da ferrovia. O principal deles é que esta ferrovia foi projetada por um engenheiro brasileiro da Bahia, ao contrário da Santos-Jundiaí, por exemplo, que foi projetada por engenheiros ingleses mas, isso só enaltece seu trabalho já que a ferrovia Curitiba-Paranaguá é uma das principais do país e liga a capital paranaense ao porto de Paranaguá, portanto, um importante corredor de produtos e o que faz esta ferrrovia especial é que enquanto na Santos-Jundiaí tínhamos a catenária e agora temos a cremalheira para a subida que é feita por locomotivas especiais, na Curitiba-Paranaguá a tração é comum e qualquer locomotiva pode subir a serra por esta ferrovia que desce 3 metros de altura a cada 100 metros percorridos. O ponto alto é o viaduto do Carvalho. Iriam fazer um túnel mas exageraram na pólvora negra e acabou virando um viaduto onde o trem parece voar, como dá pra conferir nos vídeos abaixo. Toda a viagem é feita entre a mata atlântica intocada.
    Ao chegarmos em Morretes depois de 04h30 de viagem fomos procurar um restaurante para comermos o famoso barreado. Encontramos o Restaurante Madalozo que cobra R$ 31,00 por pessoa mais bebidas. Como havia muita fila, pegamos uma senha e subimos para a sobreloja onde aguardamos sermos chamados. O resturante oferece cachaça, batida de frutas e torradas com patê enquanto se espera. AH, e a batida é uma delícia!
    Come-se muito bem no Paraná. A comida servida dava tranquilamente para eu, a Rosane e mais uns 2 casais mas era somente para nós. Nos serviram arroz branco, salada, camarão, peixe frito, farinha, banana crua e frita e o barreado. Como sou alérgico a camarão e o peixe é frito no óleo onde o camarão é frito, a garçonete fritou outra porção de peixe para mim em óleo virgem! O barreado é uma carne cozida, praticamente desmanchando e um garçon fez o pirão para nos demonstrar como comer o barreado, misturando carne e farinha e o resultado é hilário. A comida não cai do prato!
      Depois de almoçar, resolvemos passear pela cidade e depois fomos para a rodoviária para pegarmos o ônibus de volta a Curitiba. Como disse antes, retornamos pela Estrada da Garciosa. No início achei um exagero de precaução mas, tem sempre um mas, a tal estrada é um trecho de 7 km de serra com pontes que passam apenas 1 veículo, toda de paralelepipedo e sem acostamento! Agora, imagine subir este caminho em um ônibus de 13 metros com chuva e neblina? A Rosane tremia de medo.
      Ao chegarmos em Curitiba, caminhamos até o nosso hotel. Descansamos um pouco e fomos ao shopping. Jantamos e fomos assistir a um filme Desconhecido (é o nome do filme! rsrsr) com Liam Neeson. Ao final do filme, não havia mais ninguém no shopping além dos seguranças e limpeza! Não havia nem taxis na porta do shopping. Não deixe para a última sessão. Estávamos temerosos de andar perto da meia noite porque há uma praça entre o Shopping e o Hotel Nikko e quando saímos do hotel haviam laguns desocupados ali. Um deles tentou me vender um badulaque feito de latinha de coca-cola. Contornamos o quarteirão e chegamos ao hotel.
      No dia seguinte (segunda-feira), fomos passear à pé pois haviamos prometido um presentinho aos nossos filhos. Esse é o preço para eles toparem ficar na casa da vovó por 2 ou três dias. Curitiba é uma cidade muito bacana mas tem um defeito, pelo menos no centro da cidade: As calçadas são de pedra e muito irregulares. Para puxar as malas dá um trabalhão mas, nem tudo é perfeito, não é mesmo?
      Saímos do hotel e pegamos o Aeroporto Executivo no Shopping Estação, no mesmo ponto que haviámos descido. Aliás, este ponto é quase no final da linha então para vir do aeroporto demora bastante. O bom disso é que você já fará um grande tour por Curitiba e, na volta, quando estiver consado, o retorno para o aeroporto é bem rápido. Almoçamos no aeroporto depois de 1 hora de vôo estávamos em Ribeirão Preto. À noite, eu estava em Batatais dando aula de Banco de Dados. Eu havia avisado que poderia até faltar porque não dá para garantir nada quando o meio de transporte é o avião pois o vôo pode ser cancelado, atrasar, etc e, então eu brinquei com meus alunos. "Hoje almocei em Curitiba e agora à noite estou lecionando em Batatais". Além de passear, namoramos muito e tivemos um tempo só pra nós dois, Recomendo!

Um grande abraço!

Campos do Jordão/SP (Abril/2012)