quinta-feira, 21 de julho de 2011

Julho 2011 - Bananal e São Lourenço

olá,
    
    Faz muito tempo que eu venho pensando neste blog e resolvi tirar a idéia da cabeça e colocar na web. Este blog retrata um dos meus hobbies, planejar as viagens que faço com minha família e, assim, compartilhar com quem desejar dicas e nossas experiências. Tenho algumas viagens pra contar mas vou começar com a mais recente, a que fizemos na última semana para as cidades de Bananal/SP e São Lourenço/MG.
    A escolha das cidades foi curiosa. Estávamos meio sem grana e pesquisei muitos hoteis. Em julho, gostamos de ir para hoteis fazenda buscando frio e tranquilidade e assim, escolhemos ir para Bananal no extremo oeste paulista. Eu sou professor universitário e ao comentar com alguns alunos, um deles me sugeriu ir a São Lourenço. Após uma pesquisa rápida na Internet, decidimos ir dois dias a Bananal e quatro dias a São Lourenço e a viagem foi muito bacana.
      A decisão foi ir para Bananal e depois para São Lourenço e, como Bananal fica bem distante de Ribeirão Preto, onde moramos então, apenas em rodovias, andamos 1250km e junto com os passeios andamos 1601km no total. Bananal dista 600km de Ribeirão Preto e para chegarmos no horário do almoço lá, saímos de casa pontualmente às 3h00 do dia 12 de julho de 2011. Nossa viagem de ida foi dividida em trê partes: Ribeirão - Poços de Caldas, Poços - Piquete e Piquete - Bananal. para chegar a Poços de Caldas partindo de Ribeirão Preto há basicamente 2 caminhos, o mais comum seguindo pela Rodovia Abrão Assed e passando por Serrana, Cajuru e Mococa, com a vantagem de ainda não haver pedágios e o que utilizamos seguindo pela rodovia Anhanguera até Porto Ferreira e depois seguinto para Casa Branca, ponto comum dos dois trajetos. Escolhemos o trajeto da rodovia Anhanguera, mesmo pagando 3 pedágios, por ser mais rápido, melhor conservado e porque iríamos trafegar à noite, pois chegamos em Poços de Caldas às 5h30 para tomar café da manhã e na volta, saímos de Poços às 19h00. Segurança foi a razão da decisão.

     
     Para tomarmos café da manhã, pesquisei na Internet se havia algo aberto 24h e encontrei uma padaria, a Pães Nobre. NÃO VÁ LÁ! É horrível. As 5h30 o café era velho e o pão de queijo estava frio. Ficamos lá por volta de 15 minutos e fui abastecer o carro. Como não conhecia o trejeto preferi andar sempre de tanque cheio. Do posto, partimos para Piquete, por volta das 6h00 e me surpreendi com a BR459. O que vemos normalmente na TV é que as BRs (rodovias federais) estão sempre em péssimo estado mas, para miha surpresa o asfalto estava excelente, havia até acostamente asfaltado e 3a faixa em boa parte do trajeto e não havia pedágios, mas, (tem sempre um mas, rsrsrsrs), havia muitas, mas muitas curvas, sobretudo entre Itajubá e Piquete.

     Depois de passarmos por Ipuiuna há um morro que segue até 1100m de altitude e depois desce até Congonhal. Nenhum problema, não fosse o fato de que o lado de Congonhal está sendo todo refeito o que faz com que a rodovia seja fechada para apenas 1 sentido. Tivemos que parar no lado de Ipuiuna e esperar abrirem a rodovia. Além disso, havia um grande nevoeiro, lindo de se ver do alto da montanha mas terrível quando se está dentro dele.



     Estavamos cansados quando ví um posto. Não há placas depois de Itajubá, então, não sabia exatamente onde estava. Perguntei a funcionária do posto e ela me disse que estávamos em Delfim Moreira e que a próxima cidade era Piquete, "depois da descida". Descemos bastante e chegamos a Piquete. Eu queria tirar uma foto de uma locomotiva a vapor que está exposta em Piquete mas, o cansaço me impediu pois queria chegar logo ao hotel. Seguimos então até a via Dutra, em Lorena. Seguimos no sentido RJ e em Engenheiro Passos vimos a Estação Engenheiro Passos abandonada. Parei o carro e tirei algumas fotos. Sou ferreomodelista e tenho uma miniatura desta estação fabricada pela Frateschi, daqui de Ribeirão Preto.




     Depois de Engenheiro Passos, seguimos rumo a Barra Mansa. Antes que me esqueça, estavámos em 5 no carro, eu, a Rosane, o Pedro, o Bruno e a Aninha. Esse é o nome da vóz feminina em português do meu GPS e virou o apelido dele. Meus filhos só se referem ao GPS por Aninha e era ela quem nos ensinava o caminho. Tá certo que em Minas, várias vezes ela sumiu e nos abandonou mas digamos que em 75% do trajeto ela estava presente. Por conta disso, nos perdemos por uns 20 minutos próximo a Pouso Alegre.
     Quando chagamos a Barra Mansa, seguimos rumo a Angra dos Reis e no meio do caminho há uma saída para Bananal, bom aí o caminho fica ruím. O asfalto está em mal estado mas apenas atá a divisa. Do lado de SP ele está bem aceitável e as curvas estavam de volta.



     Depois de horas de viagem, chegamos ao Hotel Fazenda Boa Vista em Bananal. Este hotel foi utilizado para gravação de várias novelas e seriados, dentre os quais destacam-se as novelas Cabocla (2004) e Sinhá Moça (2006) e o seriado O Coronel e o Lobisomem. Há vários quadros com fotos dos atores e das equipes de filmagens. A fazenda tem apenas 230 anos. Foi fundada em 1780!






     Fomos a Bananal no dia seguinte pois à noite fazia muito frio e a Bananal é conhecida como a "Capital das Cidades Mortas", então, não há o que fazer á noite. A estação ferroviária da cidade está preservada mas seu interior não pode ser acessado. É toda construída em placas metálicas. Na praça há ainda uma locomotiva a vapor muito bem conservada e uma quadra desportiva. No centro antigo a cidade fica mais movimentada e há um bom comércio.






     Depois de 2 dias, seguimos para São Lourenço mas antes resolvemos almoçar na casa de uma tia de minha esposa em Cachoeira Paulista. Chegamos lá as 11h30 e saímos as 15h00. O almoço estava muito bom e, segundo meu filho Pedro, principalmente o feijão! Abasteci e lavei o carro no posto e seguimos para Cruzeiro e depois para São Lourenço. Chegamos às 17h30 e as curvas estavam lá novamente. Fomos à cidade jantar e me senti perdido. São Lourenço é muito bacana mas o transito com ruas de mão dupla é terrível! Seria muito melhor se as ruas fossem de mão única. AH, o frio estava de rachar! Jantamos no calcadão que parece o de Gramado/RS e fomos até a praça Brasil, em frente ao parque das Águas ouvir a orquestra na abertura do festival de inverno.






    Em São Lourenço, fomos no Parque das Águas, um local muito bonito e organizado. Fomos também ao mirante que é horrivel. A vista é bonita mas o acesso é detestável , além do Center Kart onde eu e o meu filho Pedro andamos de kart e o Bruno de Mini Buggie. Na cidade haviam shows em vários lugares e curtimos uma banda tocando rock. Minha esposa comprou algumas roupas (esporte predileto dela, rsrs). Ficamos hospedados no Hotel Fazenda Bavária. Neste hotel só existem chalés e tudo é inspirado na região da Bavária, na Alemanha. O Hotel oferece meia pensão mas no jantar é possível pedir lanches (R$ 6,00), pizzas e porções (R$ 20,00).




     
     Além das diversões em São Lourenço, não poderia deixar de fazer o passeio no Trem das Águas. O trem é operado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária e a locomotiva do nosso passeio foi construída em 1927. segundo o foguista, com quem conversei, ela pode atingir até 70km/h! O trem saiu de São Lourenço ás 10h00 com destino à Soledade de Minas levando 45 minutos para chegar lá, numa velocidade aproximada de 15 km/h já que Soledade dista apenas 10 km de São Lourenço. Na chagada, o trem avança da estação e a locomotiva troca de ponta, preparando-se para a volta pelo mesmo caminho. A parada é de 30 minutos para uma feira de artesanato e doces na estação. Há um pequeno museu ferroviário também. No retorno, alguns violeiros passam pelo trem cantando "modas de viola" e contando "causos". É impressionante o facínio que a velha composição causa nas pessoas na rua. Os carros param para que as pessoas observem o trem e ouçam seu apito.









     No dia do retorno, saímos de São Lourenço às 15h00 e seguimos para Poços de Caldas, passando por Carmo de Minas e seguindo pela rodovia MG-347. O caminho é bucólico. Cidades minúsculas. Me senti o próprio Relampago McQueen quando foi parar em Radiator Springs no filme da Pixar. É indescritível. Em alguns lugares haviam meia dúzia de casas no meio do morro, isso quando não era apenas uma única casa no meio do morro. Só para exemplificar, algumas cidades do trajeto: Cristina, Maria da Fé, Pedralva e São João do Alegre. Um cenário de tirar o fôlego. Passava um carro a cada meia hora e foi assim até chegarmos em Itajubá quando retornamos à BR 459. Nesta rodovia, o trafego estava meio pesado e passamos aperto com um Ford Cargo Trucado vazio que o motorista pensava ser a Red Bull do Vettel. por segurança, deixei ele me passar e ir embora. Fui reencontrá-lo na subida pra chegar em Poços de Caldas. Lá resolvemos tentar a sorte do jantar no SESC e ela estava conosco. O SESC abre para o jantar e o café da manhã para a comunidade. O preço não é dos melhores mas é mais barato e mais saboroso do que comer no Shopping. Deixamos Poços às 19h00 e seguimos para Casa Branca, depois Porto Ferreira e, finalmente, após 6 dias de viagem, Bonfim Paulista. Chegamos perto das 23h00. Eu estava um bagaço. Descarreguei o carro e fomos dormir.
     Bom, foi isso. Espero que tenham gostado. Em breve postarei outros roteiros.

Campos do Jordão/SP (Abril/2012)